Planeamento Antecipado
Vamos ser pragmáticos: o plano para o objetivo principal falhou (Liga Portuguesa). Passemos imediatamente o foco para o 2.º objetivo (Taça de Portugal). Não servirá de consolo, mas se juntarmos à conquista da Taça da Liga, fará com que se conquiste dois terços ou mais de metade nas competições territoriais possíveis esta época de 2024-25. No limite, duas em três!
O impacto do 2.º lugar na liga implica um calendário muito mais apertado para o futuro próximo do Sport Lisboa e Benfica que está prestes a disputar o prestigiante primeiro Mundial de Clubes FIFA. Não haverá tempo para descanso. Após participação nesta nova competição que se espera prolongada ao máximo (sinal de vitórias), o apetrechamento do plantel com as necessárias mais-valias terá que ser cirúrgico e meticuloso, sem grande margem de manobra, para podermos atacar as eliminatórias prévias da Champions, Supertaça e o início da edição da Liga 2025-26.
As boas práticas no setor desportivo, em concreto no futebol, demandam que neste ano atípico, pelo menos, 90% do plantel esteja seguro e blindado até ao final de Junho de 2025 para se atacar a próxima época desportiva. Raro é o clube/sociedade desportiva minimamente estruturado e organizado, independentemente da liga/país onde se encontrar sediado, que não planeie cada época com ampla antecipação. A preparação exige laivos de quase vidência.
Debate-se internamente, a todo o tempo e quanto antes, para que se definam todas as prioridades de forma vertical entre os níveis hierárquicos (1 - scouting, 2 – diretores intermédios (onde se encontram os diretores desportivos) e 3 – administradores). Só fechado este ciclo se pode passar, posteriormente, às sondagens e conversações iniciais (mas não vinculativas) sobre os (muitos) alvos identificados com os seus clubes atuais, quer com os sempre esfomeados agentes de futebol.
Trabalhar “Sempre em Função do Benfica” é moroso e exige, sempre, o envolvimento e harmonia entre todos os departamentos que compõem a pirâmide desportiva interna. Muito sumariamente, o scouting lança o processo de deteção, indicação, avaliação (aqui já com o envolvimento dos diretores desportivos) e seleção para os trâmites finais da negociação e consequente contratação (pelos administradores com poder de vinculação). Os sul americanos apelidam de “processo de afinamento” os passos entre a deteção e a seleção, perspetivando o aumento da percentagem da qualidade dos selecionados com vista a maximizar a probabilidade de sucesso no clube.
As competências de um jogador de futebol podem ser organizadas nas seguintes dimensões base: tática, técnica, física, mental/psicológica e social (humana). Estes critérios são essenciais para a estrutura traçar um plano equilibrado e destinado ao desenvolvimento/rendimento desportivo dos atletas. Mas tendo sempre presente que o foco constante está assente nos interesses e objetivos dos clubes/sociedades desportivas, assegurando que todas as decisões e ações são tomadas em função da sua visão estratégica e, acima de tudo, da sua identidade e valores fundamentais.